Menina de 11 anos compartilha nudez no Spotify, a pedido de usuários anônimos

Garotinha inglesa criou playlists, cujos títulos foram editados por seguidores, com instruções para envio de imagens explícitas

Foto: Reprodução Internet

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Uma menina de 11 anos, de Stockport, na Inglaterra, compartilhou imagens dela sexualmente explícitas no Spotify, a pedido de usuários anônimos da rede. A situação só veio à tona quando a mãe da garotinha recebeu e-mail da plataforma sobre a desativação da conta na qual as imagens foram veiculadas, por "violação de termos e condições".

De acordo com o jornal Manchester Evening News, os criminosos contatavam a menina por meio dos títulos editáveis das playlists criadas por ela, pelos quais eles pressionavam a vítima por meio de pedidos e instruções exatas sobre quais fotos deveriam ser expostas no Spotify.

De acordo com a mãe da garotinha, quanto mais vezes a filha carregava imagens como "arte personalizada", mais seguidores e curtidas ela ganhava.

Em entrevista ao tabloide Mirror, Rachel (nome fictício usado pela mãe) contou ser professora primária, com a função de instruir crianças sobre o uso seguro da internet. "Você ouve histórias de terror sobre predadores que usam aplicativos", desabafou. "Então, nenhum deles [os filhos dela] têm Instagram, TikTok, Snapchat."

Como nenhuma das plataformas acima possui a função de troca de mensagens, ela pensou que a menina estaria segura. "Quando descobri foi como se o fundo do mundo caísse. Naquele momento, acho que só choque, horror, mas como?", lembrou Rachel.

Na conversa que teve com a filha, a garota revelou que um dos usuários havia pedido as fotos incessantemente, até que ela "cedeu". Em outra abordagem, um indivíduo que alegava ter 12 anos pedia um vídeo encenado por ela. Outros pedidos davam orientações como "foto no espelho, com as pernas abertas" e "foto dos seios".

Ao todo, 12 contas do Spotify entraram em contato com a criança com esse tipo de solicitação, instrução ou forma de pressão psicológica.

O Mirror afirma ter encontrado playlists com imagens pornográficas por meio da busca de determinadas palavras-chave. A mãe da vítima afirma que, apesar de a conta ter sido removida, todo o conteúdo compartilhado pela filha permanece online. Ela teve que denunciá-lo individualmente para que fosse excluído.

A menina foi encaminhada pela família a um psicólogo infantil, com o objetivo de ajudá-la a recuperar a autoestima. No entanto, os pais dela temem que o ocorrido afete os relacionamentos futuros da filha, além de ainda não fazerem ideia se a deixarão usar o serviço de streaming de música novamente.

Resposta do Spotify

Ao tomar ciência da história contada por Rachel, o Spotify, por meio de comunicado, garantiu que "leva a segurança de menores na plataforma extremamente a sério e não permite conteúdo que promova, solicite ou facilite o abuso ou a exploração sexual infantil".

"Temos processos e tecnologia que nos permitem detectar e remover qualquer material de exploração", informou o serviço.

Apesar de se sentir grata por a plataforma ter derrubado a conta usada pela filha, Rachel não aceita que a medida tenha sido tomada após o upload de dez imagens sexualmente explícitas de uma menor de idade. "Por que alguém escapou de violar as diretrizes dez vezes antes de ser derrubado?", questiona a mãe.

Na página de regras do Spotify, uma subseção intitulada "conteúdo sensível" afirma que tópicos sexualmente explícitos não serão permitidos, como "pornografia ou representações visuais de genitália ou nudez apresentadas com o propósito de gratificação sexual, defendendo ou glorificando temas sexuais relacionados a estupro, incesto ou bestialidade".

A exposição da menina de 11 anos agora está sob investigação da polícia da Grande Manchester, região onde está situada a cidade de Stockport.

O R7 entrou em contato com a assessoria do Spotify Brasil para comentar o caso, mas não obteve resposta até o momento da publicação desta matéria. O espaço permanece aberto para esclarecimentos.