Estados Unidos autoriza a venda de pílulas abortivas em farmácias

Os comprimidos - que só podem ser adquiridos com receita médica! - antes podiam ser fornecidos apenas por clínicas, médicos ou correios

Foto: Reprodução

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No último dia 3 de janeiro, a Agência de Alimentos e Medicamentos (FDA, na sigla em inglês) – a nossa Anvisa – liberou a venda de pílulas abortivas em farmácias de varejo, incluindo grandes redes como CVS e Walgreens. A medida visa contornar proibições após decisão da Suprema Corte que revogou direito federal ao aborto, passando a decisão de proibir ou não a interrupção da gravidez a cargo de cada Estado americano.

Até então, a mifepristona só podia ser fornecida por clínicas certificadas, médicas ou por algumas farmácias via correios. Ela é a primeira de duas pílulas usadas para fazer aborto com medicamentos. Com a nova regra, as mulheres ainda precisarão de uma receita médica para a compra da pílula, mas ela poderá ser encontrada em qualquer farmácia que tenha certificação FDA.

O aborto medicamentoso não é uma experiência incomum – o Instituto Guttmacher estima que, em 2017, 39% dos abortos nos EUA foram a partir de remédios. Esse número só aumentou: de acordo com dados do Guttmacher Institute, o aborto medicamentoso representou 53% dos abortos nos EUA em 2020, tornando-se o primeiro ano em que as pílulas se tornaram o meio de aborto mais relatado no país.

A mudança vem em um momento chave para os Estados Unidos, já que a procura por pílula abortivas aumentou consideravelmente desde que a Suprema Corte revogou o direito federal ao aborto. Embora as limitações permaneçam, a decisão do FDA é uma vitória para a acessibilidade em muitos aspectos!