Porém, agora, a ministra avaliou que a defesa de Sampaio soube das declarações de Marcus Vinícius à época em que elas foram feitas e não contestaram "no momento adequado, durante o julgamento". E que a objeção só aconteceu após a condenação dos réus.
O pedido de reconsideração foi feito pelo Ministério Público Federal e Estadual, além do assistente de acusação, Valério Luiz Filho, filho do radialista assassinado. Em fevereiro, quando o primeiro recurso foi julgado, ele reforçou que o depoimento de Marcus Vinícius não foi usado no júri popular; por isso, recorreriam para que a condenação não fosse afetada.
Em nota, a defesa de Maurício Sampaio alegou que houve um equívoco por parte da ministra e que vai recorrer "com o fim de restabelecer a verdade dos fatos".
O advogado de Sampaio, Ricardo Naves, afirma que a ministra foi induzida ao erro, ao dizer que a falta da manifestação da defesa de um dos réus não foi registrada na ata de julgamento. Disse também que vem formulando protestos desde que teve conhecimento da falha processual e que assim que a defesa foi intimada, vai analisar a decisão e entrar com um recurso.
Marcus Vinícius teve a prisão preventiva decretada em março de 2014. Ele foi capturado em Portugal e extraditado para o Brasil. A defesa dele pediu que ele fosse ouvido em audiência especial, para explicar o motivo de sua fuga e oferecer fatos novos ao processo.
Crime em 2012
O processo de julgamento do caso se arrasta desde 2012, quando Valério Luiz foi morto ao sair da emissora de rádio onde trabalhava, no Setor Serrinha, em Goiânia. A motivação do crime teriam sido as críticas feitas pelo jornalista contra a direção do Atlético-GO, time no qual Sampaio foi presidente.
Veja as condenações anuladas:
- Maurício Sampaio, apontado como mandante: condenado a 16 anos de prisão;
- Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueredo para cometer o homicídio: condenado a 14 anos de prisão;
- Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos: condenado a 16 anos de prisão;
- Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio: condenado a 14 anos de prisão.