Caso Rafael: mãe é condenada por matar próprio filho de 11 anos no Rio Grande do Sul

A mulher foi considerada culpada por dopar, estrangular e matar o menino por que ele não a obedecia

Foto: Reprodução Internet

Foto: Reprodução Internet

Acusada de matar o próprio filho de 11 anos, em maio de 2020, Alexandra Salete Dougokenski foi condenada, nessa quarta-feira (18), a 30 anos e 2 meses de reclusão e 6 meses de detenção pelo caso, durante julgamento realizado em Planalto, Rio Grande do Sul. Ela foi considerada culpada pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica e fraude processual.

Presido pela juíza Marilene Parizotto Campagna, o Tribunal do Júri, formado por sete jurados, começou na última segunda-feira (16) e, nesse período, ouviu 10 testemunhas, entre elas, familiares da ré, delegados, professoras da vítima e o pai do garoto, Rodrigo Winques.

RELEMBRE O CRIME

Conforme a condenação, Alexandra Salete Dougokenski, que tinha 32 anos na época, dopou, estrangulou e matou o próprio filho, chamado Rafael Mateus Winques, entre a noite de 14 e a madrugada de 15 de maio de 2020, em Planalto.

Na denúncia, a promotora Michele Kufner, Alexandra detalhou que ela assassinou o menino pois se sentia incomodada por ele não obedecer às ordens dela, principalmente em relação ao aumento do uso de celular.

No dia do crime, Alexandra teria ministrado duas doses de calmante na criança e, com o menino já desacordado, o estrangulou com uma corda de varal. Em seguida, transportou o corpo do filho até o terreno vizinho, depositando-o em uma caixa.

O desaparecimento de Rafael gerou comoção da comunidade, que auxiliou nas buscas por ele. Nesse período, alguns suspeitos, como o próprio pai do menino e o namorado dela da época, foram investigados.

Dez dias após o homicídio, Alexandra apontou aos investigadores o local onde estaria o corpo. Inicialmente, ela afirmou que matou o menino sem querer. Depois, em novo interrogatório, assumiu a culpa.

DEFESA CULPOU PAI DA VÍTIMA

Durante o júri, os representantes legais da condenada sustentaram que o verdadeiro autor do crime é o pai de Rafael, Rodrigo Winques.

Durante o próprio interrogatório, ela respondeu somente os questionamentos da juíza e da banca de defesa. Na ocasião, a ré negou a autoria do crime e sustentou que o antigo companheiro assassinou a criança em uma tentativa de levá-lo para morar com ele.

Alexandra explicou que, inicialmente, assumiu a autoria dos fatos para acalmar e oferecer uma resposta à família, que estava em desespero com o desaparecimento do menino. E afirmou ter sido pressionada pela Polícia para dizer que matou o próprio filho.

Chorando, ela lamentou a morte de Rafael: "A minha vida acabou em minutos, se foi. Tiraram a única alegria que eu tinha".

Na ocasião, ela ainda acusou Rodrigo de cometer violência doméstica e sexual contra ela, enquanto viviam juntos, e de ser um pai ausente.

Em depoimento, o pai do garoto disse que Alexandra queria "se livrar" das acusações. Ele disse que, no dia do crime, estava em Bento Gonçalves, onde vive, e trabalha na roça. O agricultor lamentou a perda do filho: "É bastante ruim. Não tenho pai nem mãe".