PMs "milicianos" são investigados por mortes de indígenas na Bahia

Segundo as autoridades, "uma milícia armada composta por policiais militares" está envolvida na morte de três indígenas pataxós na Bahia

Foto: Reprodução/Apib

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Pelo menos cinco policiais militares são investigados pelo assassinato de indígenas no sul da Bahia. O Ministério Público Federal (MPF) e as defensorias públicas da Bahia e da União denunciaram a participação dos PMs nesses crimes.

Segundo as autoridades, "uma milícia armada composta por policiais militares" está envolvida na morte de três indígenas pataxós na Bahia. A informação é do portal Uol.

Apurações indicam que esses PMs intercalavam o trabalho na segurança pública do estado com a segurança privada de fazendeiros.

Além disso, os investigados são suspeitos de assassinar um jovem em setembro de 2022, e outros dois em janeiro de 2023. São eles:

  • Gustavo Conceição (14 anos) — morto em 4 de setembro de 2022;
  • Nawir Brito de Jesus (17 anos) — morto em 18 de janeiro de 2023; e
  • Samuel Cristiano do Amor Divino (25 anos) — morto em 18 de janeiro de 2023.

PM da Bahia lidera assassinatos no país

A Polícia Militar da Bahia (PMBA) contabiliza a maior parte dos assassinatos no país. De acordo com a edição mais recente do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, os militares mataram 1.464 pessoas em 2022, seja durante serviço ou de folga.

Só nos últimos cinco anos, o estado registrou pelo menos 19 assassinatos de indígenas, mas nenhum suspeito recebeu condenação pelos crimes.

Após a morte de Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, o MPF, a DPU e a DPE-BA publicaram uma nota solicitando que os governos estadual e federal implementem medidas "efetivas para garantir a segurança desses grupos".