Camilo Santana nega que governo interferiu ideologicamente em questões do Enem sobre agronegócio

Os mais insatisfeitos com as questões da prova são integrantes do agronegócio, principalmente parlamentares ligados ao setor

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

Foto: Lula Marques/ Agência Brasil

O ministro da Educação, Camilo Santana, negou que o governo federal faça qualquer interferência ideológica ou politica nas questões elaboradas para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A declaração foi feita durante audiência na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (22), em reposta a acusações de parlamentares de que alguns pontos da prova associariam o agronegócio brasileiro ao desmatamento nos biomas do país; à exploração de trabalhadores do campo; e à invasão de terras indígenas.

"Quero dizer que não há a menor possibilidade de interferência do Ministério da Educação ou deste governo nas provas do Enem. Aliás, com relação a essas questões, a comissão que elaborou essa prova foi selecionada em 2020, e os itens foram criados em 2021. Portanto, durante o governo anterior. Foi [o governo Bolsonaro] quem elaborou essas questões", destacou o ministro.

Os mais insatisfeitos com as questões do Enem são integrantes do agronegócio, principalmente parlamentares ligados ao setor.

O magistrado ainda defendeu que a suposta questão relacionada ao agronegócio era de interpretação de texto, elaborada a partir de um livro. "Não é questão de concordar ou discordar. É de interpretar", completou.

Camilo destacou que o governo federal apoia agronegócio, setor "tão importante para o país" e que busca o equilíbrio com a questão ambiental, em especial com o combate ao desmatamento.

"Inclusive, o governo que mais apoiou o agronegócio ao longo da história foi exatamente o do presidente Lula. Nós valorizamos e apoiamos [este setor]. Inclusive o Plano Safra, que foi lançado, é o maior plano da história desse país. Nós compreendemos a importância desse setor para a economia brasileira. Não só os grandes, mas os médios e os pequenos que produzem", reiterou.

'POLITIZAÇÃO' DO ENEM

No último dia 12 de novembro, Camilo foi convidado para ir à Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado Federal prestar esclarecimentos sobre a "politização das provas do Enem de 2023", e rebateu críticas sobre uma suposta ideologia política expressa na prova. O petista disse que está à disposição do Congresso Nacional.

"Vou reforçar que não há a menor possibilidade de interferência do Governo em relação à elaboração, aliás, vou reforçar o que o presidente do Inep já disse, foi um edital público de professores independentes realizado em 2020, não foi por este governo, e não há interferência por parte deste Governo na elaboração nem da validação dos questionamentos", destacou.