Laudo mostra detalhes do quarto de motel onde modelo matou noivo com tiro na cabeça

Imagens feitas por peritos criminais da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostram a suíte de número 40 completamente revirada

Foto: Reprodução

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Laudo obtido pela coluna mostra detalhes do quarto do Motel Park Way, situado na Candangolândia, onde a modelo Marcella Ellen Paiva Martins, 31 anos, matou o noivo, Jordan Guimarães Lombardi, 39. O crime ocorreu em novembro do ano passado. A mulher foi presa pela Polícia Militar de Goiás (PMGO) no município de Girassol (GO) ao tentar roubar uma Kombi logo após o homicídio.

Imagens feitas por peritos criminais da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) mostram a suíte de número 40 completamente revirada, com bitucas de cigarro pelo chão e ao redor da banheira de hidromassagem. No local, também foram apreendidas porções de maconha e cocaína.

Os exames concluíram que Jordan Guimarães Lombardi estava "em posição ereta ou similar, entre a cama e a escada do quarto, no pavimento superior da suíte 40 do Motel Park Way, quando foi atingido no olho direito por um projétil expelido por uma arma de fogo de calibre compatível com .38. Ao ser atingido, Jordan caiu sobre o piso do quarto, onde permaneceu até o óbito".

Em um vídeo, ao qual o Metrópoles teve acesso, Marcella relata ter tido uma briga com o companheiro, no quarto de motel, momento em que houve o disparo da arma de fogo que atingiu o olho direito de Jordan.

"Nós estávamos trancados no quarto tendo uma luta corporal. Eu estava segurando a arma, ele tentou tirar ela de mim. Eu nunca tinha disparado [uma arma]", detalha a mulher.

"Quando saí do local, estava desnorteada e liguei para minha mãe, até que o carro parou de funcionar e não tinha sinal. Quando fui acusada de roubo, estava tentando pedir carona. Ofereci, inclusive, dinheiro para que me levassem até onde tivesse sinal. Só que quando perceberam que eu tinha arma, entraram em luta corporal comigo", conta Marcella no vídeo.

De acordo com o relato da acusada, ao abordar uma segunda Kombi na via, ela acreditava se tratar do primeiro automóvel. "Eu achei que era o cara da primeira Kombi me perseguindo. Por isso, eu apontei a arma e ele fugiu", finalizou a presa.

Em 10 de novembro do ano passado, a Justiça de Goiás (TJGO) converteu de flagrante para preventiva a prisão de Marcella após audiência de custódia. Ela continuará na unidade prisional feminina de Luziânia (GO).

Entenda o caso

A autora do crime é bacharel em direito e estava em um relacionamento com a vítima havia dois anos. Eles moravam em Moema, bairro nobre de São Paulo. O homem assassinado era membro do alto escalão da McKinsey & Company, uma empresa de consultoria empresarial americana.

Segundo o advogado Johnny Cleik, o casal vinha de São Paulo quando decidiu parar no Motel Park Way, na saída sul do Distrito Federal. "Consumiram droga desde segunda-feira. Cocaína, ecstasy, maconha", relata. "Ela e o noivo iriam se casar em janeiro [de 2023]. Vieram de São Paulo de carro", completa o profissional.

Cleik diz que o casal teve um surto psicótico no motel. "Começaram uma discussão, ele a agrediu, deu alguns tapas nela. Teve uma questão envolvendo algumas fotos íntimas que a gente não vai divulgar, mas ela apontou a arma para ele, e ele foi para cima. E falou: "Pode me matar, não estou nem aí, não quero saber da minha vida também". Ela respondeu que não faria isso, e ele foi lá e deu outro tapa nela. Quando ele deu esse segundo tapa, com a arma apontada, ela apertou o gatilho", relata o advogado.

Na saída, Marcella acertou o portão do motel com o Audi Q7 que dirigia. O carro foi bloqueado na BR-070, na altura do km 34, em Cocalzinho de Goiás (GO), graças ao rastreamento feito pela empresa na qual Jordan trabalhava.

Segundo nota enviada pelos militares, Marcella foi detida e levada para a 1ª Delegacia da Polícia Civil de Águas Lindas. No momento da prisão, a suspeita portava uma pistola calibre .38, três munições e um estojo.