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Educação Sexual

Educação sexual deve ser usada como arma contra desinformação

Especialista indica que familiares e professores falem com os jovens sobre sexualidade e relacionamento afetivo sexual


Foto: Reprodução Internet

Tabu para muitas famílias e professores brasileiros, a educação sexual é utilizada por muitos como algo que irĂĄ acabar com a ingenuidade das crianças ou influenciar os adolescentes. Entretanto, o intuito desse tipo de ensino tem como objetivo, justamente, esclarecer dúvidas dos jovens sobre sexo, preconceitos, doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) e assuntos relacionados.

Dados da Pesquisa de Opinião sobre Religião, Aborto, Política e Sexualidade no Brasil apontam que 92% dos brasileiros acreditam que estudantes do ensino médio devem ter informações sobre métodos contraceptivos e 99% concordam que a educação sexual pode combater a violĂȘncia sexual. O levantamento foi realizado entre março e abril deste ano.

"A escola e a família podem e devem abordar todas as questões ligadas à sexualidade e ao relacionamento afetivo sexual. Como também ensinar esses alunos a cultivarem a responsabilidade e o respeito com o próprio corpo e com o corpo de outras pessoas" afirma a bióloga e professora do Instituto de CiĂȘncias Biológicas da Universidade de Brasília Fernanda Paulini.

ViolĂȘncia sexual

O Atlas da ViolĂȘncia 2021, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) indica que 47% dos casos de violĂȘncia sexual registrados em 2021 as vítimas tinham entre 10 e 19 anos. JĂĄ 28% das ocorrĂȘncias, são entre crianças de 0 a 9 anos.

Em maio, cinco alunos do Colégio Estadual Rui Barbosa, em Campo Limpo de GoiĂĄs, denunciaram ter sofrido abuso sexual, após assistirem uma palestra sobre a temĂĄtica. Os jovens relataram à Polícia Militar que os agressores estavam em sua esfera familiar ou eram pessoas próximas.

Na época, a Polícia Militar foi acionada após solicitações do Conselho Tutelar da cidade juntamente com funcionĂĄrios da instituição após cinco estudantes relatarem os abusos.

"A equipe em apoio foi até o colégio estadual Rui Barbosa, onde após realizar uma palestra sobre abuso sexual, vĂĄrios adolescentes denunciaram seus supostos abusadores", disse a corporação ao Metrópoles.

Paulini destaca que a importância de usar palavras corretas para se referir as partes íntimas das crianças podem ajudar a prevenir a violĂȘncia sexual.

"O importante é ser claro com a criança. Por exemplo, explicar o que são "partes íntimas". Usar as palavras corretas, vulva e pĂȘnis também é importante, para mostrar que isso não é vergonhoso", reforça.

Gravidez na adolescĂȘncia

Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) apontam que em 2020, no Brasil, 26% das meninas se casaram antes dos 18 anos e 6% antes de completarem 15 anos. O relatório do Fundo de População das Nações Unidas (Unfpa), divulgado em julho, indica que, no Brasil, 57% das grĂĄvidas possuem idades abaixo de 17 anos.

Alguns pais e responsĂĄveis possuem dificuldade de falar com os filhos sobre métodos contraceptivos e possíveis duvidas que as crianças possam ter sobre o sexo. Muitas vezes não se sabe o momento certo para falar sobre o assunto e muitas vezes ficam constrangidos com o tema.

Fernanda Paulini reforça a importância da educação sexual para adolescentes para o trabalho de igualdade de gĂȘnero dentro do ambiente escolar.

"Ela deve promover a autonomia moral e intelectual para prevenir que jovens e adultos se tornem frustrados em sua vida afetivo sexual e que isso seja de igual importância também na atenção à gravidez não planejada, violĂȘncia sexual e transmissão de IST", explica a professora da UnB.

Paulini explica que para educar as crianças sobre sua sexualidade pode ser útil para que os pequenos saibam reconhecer situações de perigo e possam procurar ajuda.

Fique atento aos sinais

As crianças que sofrem qualquer violĂȘncia demonstram sinais, principalmente quando são vítimas de abusos sexuais. Pais, professores, responsĂĄveis e pessoas próximas precisam ficar atentas às mudanças de comportamentos que os pequenos possam ter.

Principais sinais:

Para denunciar casos de violĂȘncia sexual, as vítimas ou os responsĂĄveis podem procurar o canal de denúncia da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, o disque 100.

Além disso, a Central de Atendimento à Mulher em Situação de ViolĂȘncia também recebe denúncias sobre violĂȘncia sexual, basta ligar para o 180.

Metrópoles

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