Nova Olinda: Presidente da Câmara Municipal é afastado após operação do MP por suspeita de oferecer R$ 150 mil para o líder da oposição mudar de lado

Foto: Reprodução

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Na manhã desta quarta-feira, dia 02, o Ministério Público do Ceará (MPCE), em conjunto com a Polícia Civil, deflagrou a Operação "Migalhas" no município de Nova Olinda. A ação resultou no afastamento do vereador Francisco José Bezerra Araújo, popularmente conhecido como "Dindo Araújo", atual presidente da Câmara Municipal. O parlamentar é investigado por suspeita de tentativa de compra de apoio político e por evolução patrimonial incompatível.

A operação foi conduzida pela Promotoria da 53ª Zona Eleitoral e incluiu o cumprimento de dois mandados de busca e apreensão, um deles na residência do vereador e outro na sede da Câmara Municipal de Nova Olinda. Além disso, houve a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Dindo Araújo.

De acordo com a denúncia apresentada pelo promotor eleitoral Ariel Alves, o vereador é suspeito de oferecer R$ 150 mil em espécie ao líder da oposição, Damião Aureliano Ferreira de Sousa, para que este mudasse de lado e passasse a apoiar o grupo político de Araújo. A investigação foi iniciada após o vazamento de um áudio nas redes sociais, no qual as tratativas para a troca de apoio político foram mencionadas.

"Esse valor em espécie, oferecido a um líder da oposição, levanta fortes suspeitas, uma vez que a remuneração de vereadores em municípios como Nova Olinda varia entre R$ 4 mil e R$ 6 mil. A oferta de R$ 150 mil revela um possível abuso de poder econômico", destacou o promotor Ariel Alves.

Além das acusações de compra de apoio político, a investigação também apura uma evolução patrimonial considerada incompatível com a declaração de bens apresentada por Dindo Araújo à Justiça Eleitoral. Segundo o MPCE, a discrepância patrimonial reforça as suspeitas de irregularidades na conduta do vereador.

O afastamento de Dindo Araújo da presidência da Câmara Municipal foi determinado pela Justiça por um período inicial de 90 dias. A decisão atende a um pedido do Ministério Público, que solicitou também a quebra de sigilo fiscal e bancário do vereador e a realização de buscas em sua residência e na sede do legislativo municipal.

Durante as buscas, a Polícia Civil apreendeu celulares, cheques e uma quantia em dinheiro, que agora farão parte da investigação.

Defesa do vereador

Em nota, Dindo Araújo se disse surpreendido pela operação e pelos mandados de busca e apreensão, afirmando ser vítima de uma "farsa política". O parlamentar nega as acusações e afirma que as investigações irão provar sua inocência.